O Palácio do Governo do Haiti, derrubado pelo terremoto
A deusa da fortuna não tem olhos para o Haiti: com 10 milhões de habitantes concentrados em 27 mil km², é a nação mais pobre das Américas e ocupa o 146º lugar entre os 177 países medidos pelo Índice de Desenvolvimento Humano da ONU.
A história haitiana é marcada por catástrofes naturais, violência social e instabilidade política.
O terremoto deste 12 de janeiro, que matou milhares de pessoas, além de dizimar boa parte da estrutura física da cidade capital do país, não foi o primeiro e nem foi a primeira catástrofe do país.
Furacões têm castigado o Haiti: em 2004, o Jeanne deixou dois mil mortos e dez mil desabrigados.
Em 2008, quatro furacões visitaram o Haiti: o Fay, o Gustav, o Hanna e o Ike. O saldo da visita foram centenas de mortos, 800 mil desabrigados e 70% das colheitas devastadas.
Desde tenra idade, o Haiti vive guerras intestinas de poder, onde chefes quase tribais se revezam no comando.
Em 1956 inaugurou-se lá uma das mais violentas ditaduras da história mundial: o médico e praticante do Vodu, François Duvalier, que se tornou mundialmente conhecido como “Papa Doc”, tomou o poder, proclamou-se presidente vitalício e usou a sua polícia para matar milhares de pessoas.
Em 1971, “Papa Doc” faleceu e assumiu o poder, com apenas 19 anos, o seu filho, Jean-Claude Duvalier, que seguiu a mesma trajetória sanguinolenta do pai, e ficou conhecido como "Baby Doc".
Em 1986 “Baby Doc” não conseguiu conter uma revolta popular e fugiu para a França, sendo substituído pelo general Henri Namphy, que foi deposto dois anos depois por Leslie Manigat, que por sua vez foi golpeado pelo general Prosper Avril.
Em 1990, em sufrágio direto observado pela ONU, Jean-Bertrand Aristide elegeu-se presidente, mas foi derrubado por um golpe militar em 1991.
Os EUA agiram e reinstalaram Aristide na presidência, mas, em 2004, uma rebelião comandada pela Frente de Resistência Revolucionária Artibonite, derrubou Aristide.
Em 2006 novas eleições foram realizadas e René Preval elegeu-se presidente.
Destarte os golpes tenham cessado, o país vive uma situação delicada pela completa falta de estrutura estatal, o que fez a ONU manter uma força de paz no país, cujo contingente o Brasil lidera.
A agonia dos nossos primos pobres da américa não iniciou-se com esse terremoto. Parece contraditório mas precisa morrer pessoas de outras nacionalidades para que as nações ricas olhem para a desgraças dos outros sem interesse economico. Quem sabe seja a oportunidade do recomeço desta nação...Alfredo
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