O PMDB há muito não tinha um candidato próprio. José Priante se ofereceu para retomar esta bandeira e ir à luta com ela.
Imaginou que aqueles que sempre reclamavam uma candidatura própria marchariam com ele sob este signo.
Encerrou-se o primeiro turno da eleição. O candidato do PMDB alcançou o terceiro lugar, com 14,01% dos votos válidos.
É prudente ao PMDB fazer algumas indagações ao espelho, para que a reflexão lhe sirva de norte sobre um futuro que, quiçá, tenha começado agora.
O percentual alcançado por Priante é o tamanho efetivo do PMDB no estado, desdizendo o mito de que o partido detém 30% do eleitorado paraense?
Em havendo um sim à resposta acima seremos remetidos a uma constatação angustiante, mas, partidariamente confortável.
A angústia se faz pelo fato de que o PMDB teria, nestes 12 anos de estio, encolhido pela metade no Pará.
O conforto: se este é, efetivamente, o tamanho do partido, ele marchou unido, o que é índice de subsistência e crescimento.
Há conforto, também, na ilação de que a partir de agora, o PMDB se deverá dispor às urnas com seus próprios quadros.
Mas, e se o PMDB for maior que o percentual obtido pelo seu candidato a governador? Afinal, a votação dos seus Deputados Federais foi praticamente o dobro do alcançado por Priante.
Neste caso, é imperativo constatar que o partido carece de substancia.
Em sendo desta forma, revela-se, ao cabo, que não estavam os peemedebistas a reclamar tão somente uma candidatura própria, mas imitavam Henry Ford, quando, ao perguntarem-lhe em que cores estava disponível o seu legendário modelo T, este respondeu que o veículo estava disponível em todas as cores desde que fosse preto: os peemedebistas queriam uma candidatura própria, desde que o candidato fosse Jader Barbalho.
Os três parágrafos anteriores também carregam conforto e angústia.
O conforto na constatação de que o partido, baseado na votação dos seus Deputados Federais, ainda detém os seus 30%.
A angústia por se concluir que, em não mais optando o seu líder por disputar o governo, todos os demais que se atirarem ao feito não poderão contar com o fervor dos combatentes nas trincheiras não tão bem alimentadas da lide.
Em qualquer das hipóteses, e apesar das teses, o PMDB tem o mérito de ter inaugurado um novo período na sua trajetória no Pará: ter candidaturas próprias nas eleições majoritárias.
Caso esta prática seja adotada, independente de viabilidade eventual ou não dos nomes apresentados, é provável que se venha a encontrar a opção que poderá fazer o partido crer que pode vencer.
Esta prática poderá culminar com a atitude correta de uma sigla partidária, que é avistar qualquer nome que raie da sua convenção, como um estandarte que deve ser conduzido à vitória.
A candidatura de Priante, independente das análises circunstanciais que possa merecer, teve o mérito de mostrar ao PMDB que jamais ele pode deixar de mostrar a sua cara e, desde já, aponta-lhe a perspectiva de preparar-se para 2008, quando deverá, novamente, apresentar-se com candidatura própria à Prefeitura de Belém.
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