Sobreviver dentro de uma empresa não é tarefa fácil para o funcionário. Além da dura competição a que está sujeito, ainda tem que conviver com a arte que é a maldade dos seus colegas de trabalho.
A cada atitude que o funcionário assume, a reação pejorativa dos colegas é imediata:
Se for atencioso com o chefe, todos o chamam de bajulador. Se reduzir a sua atenção ao estritamente formal é arrogante.
Quando chama o chefe de "você" é tido como um folgado. Quando chama o chefe de "senhor" passa a ser um desambientado.
Se sair depois da hora é porque quer fazer média. Quando passa a sair na hora exata dizem que ele é um desinteressado pelo trabalho.
Quando cumpre estritamente as normas, dizem que ele não tem iniciativa. Se questionar as normas é indisciplinado.
Se elogiar alguém é tido como gozador. Quando critica é chamado de insubordinado.
Nas reuniões de avaliação, quando se diz satisfeito, chamam-no de hipócrita. Quando se diz insatisfeito logo alguém o chama de ingrato.
Quando faz o seu trabalho rápido e a mesa fica vazia, chamam-no de folgado. Se a mesa fica cheia de trabalho, dizem que ele é desorganizado.
Quando se matricula em um curso oferecido pela empresa, dizem que ele é um aproveitador. Se manifestar vontade de não participar, acusavam-no de não ter vontade de crescer.
Se procurar conhecer outros serviços é dispersivo. Quando diz que só entende do seu serviço é chamado de bitolado.
Se não colaborar é mandado embora. Se colaborar: o chefe é promovido.
Mas, o chefe também tem os seus problemas não menos graves:
Se for amigável chamam-no de demagogo. Se for retraído dizem que ele é um mascarado.
Se requerer decisões rápidas é arbitrário. Se demorar nas decisões é incapaz e despreparado.
Se planejar a longo prazo é visionário. Se planejar a curto prazo é imediatista e não tem visão.
Se solicitar muita verba é esbanjador. Se solicitar pouca verba é acanhado e imprevidente.
Se procurar eliminar a papelada é imprudente e temerário. Se segue as normas é burocrata.
Se chegar tarde é aproveitador. Se chegar cedo é ganancioso e ranzinza.
Se tudo anda bem ele não faz falta. Se tudo anda mal ele não funciona.
Se trabalhar em equipe não tem idéias próprias. Se não trabalha em equipe é porque não confia em ninguém.
Se delegar poderes é porque não quer nada com o trabalho. Se centralizar tudo é um egoísta e não quer dar chance a ninguém.
Se é visto sempre com seu superior é puxa-saco. Se nunca é visto com seu superior é porque está prestes a ser demitido.
O pior de tudo é que todas as hipóteses acima, para os dois casos, são verdadeiras.
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