Ele despertou em uma noite fria de Natal. Embora a chuva fosse fina a roupa lhe estava completamente encharcada.
Olhou-se em uma poça d'água: um rosto duro mas terno; cabelos despenteados, barba há muito por fazer. Mãos sujas e calejadas. Os dedos ossudos e compridos terminavam em unhas grossas e fortes.
Sentiu sede. Mergulhou as mãos na poça que lhe servira de espelho e bebeu.
Saiu a caminhar. O piscar constante das luzes e dos anúncios de natal o deslumbraram.
Entrou em um shopping. Caminhava pelos corredores quando dois seguranças o tomaram pelo braço, arrastando-o para fora. Reagiu: tomou um soco e foi jogado à sarjeta.
Voltou a caminhar. Sentiu fome ao passar em frente a uma casa em cujo jardim se postava uma mesa preparada para a ceia de natal.
Entrou no jardim e, ninguém havendo à mesa, serviu-se. Os donos da casa, ao verem a cena, chamaram a polícia que o conduziu à delegacia, trancando-o em uma cela solitária.
Ele, ao longe, ouviu uma música suave de natal. Suas mãos e pés doíam muito, como se algo os tivesse perfurado. Mesmo com a dor, adormeceu.
Pela manhã, quando o guarda foi até a cela, constatou que, embora a porta estivesse trancada, o homem desaparecera.
O policial olhou no canto esquerdo da cela e viu a roupa que o homem trajava: uma espécie de túnica antiga. Pegou a túnica pela ponta e, ao suspendê-la caiu algo ao chão.
Abaixou-se para pegar o objeto. Soltou um palavrão: seu dedo sangrou.
Pegou com mais cuidado. Ao levantar e observar o objeto, constatou, com certa perplexidade, que se tratava de uma coroa de espinhos.
Muito bom deputado,eu e minha familia torcemos pelo seu sucesso,e que! o sr.e sua familia tenham boas festas,Feliz Natal.
ResponderExcluirarmniocunha@yahoo.com.br.
Muito bom, bem inspirado e ótimo para meditar sobre nossas atitudes como cristãos nos dias de hoje. Esses Cristos, batem diariamente às nossas portas ou fechamos o vidro de nossos carros em suas caras nos semáforos com medo de assaltos. Ele vem pedir uma migalha na forma de crianças famintas, cheirando cola para perder o apetite e a fome, ou de qualquer outro miserável jogado e ignorado à margem da vida pela mesma sociedade voráz, egoísta, gananciosa, insensível, mas que se benze e reza o Pai-Nosso todos os dias. E Jesus, o dono da festa de Natal, não está pedidndo só aí não Parsifal. Ele está ali no Hospital Ofir Loiola na forma de dezenas de crianças com câncer - esse mal terrivel - onde o chôro melancólico de dor e desgaste pela violenta terapia faz chorar o mais duro dos homens. Eu fui lá e chorei, e adotei (como padrinho) um menino de 8 anos, que jamais havia ganho um único brinquedo de papai-noel durante a sua curta vida de criança. Morreu vencido pelo Câncer de cabeça. A mãe? Uma pobre mulher de um cômodo na Invasão Riacho Doce e que eu e minha espôsa ajudamos por muitos anos, até que ela retornou para sua terra no vizinho Maranhão para reencontrar a sua família. Já combinei com minha mulher, e vamos iniciar nova adoção. São dezenas de Cristos pequeninos como o Jesus-Menino a espera de corações sensíveis e verdadeiramente Cristãos. E se a pessoa tiver boa vontade e quizer exercitar o seu amor ao próximo mas tem medo dos Cristos de rua, vá a um asilo, vá a uma Igreja e procure saber sobre o que os Padre precisam arrecadar para dar as crianças pobres no Natal, lembrando que Natal é todos os dias de nossas vidas.
ResponderExcluirCom esse meu comentário caro amigo, lembrando que Jesus é a face humana de Deus nosso Pai, quero expressar-lhe nossos votos de um Santo e Feliz Natal.