A ala governista do PMDB, tendo como Marechal de Campo o Presidente da Câmara Federal, Michel Temer, janta hoje com o Presidente Lula.
O prato principal dos comensais: a aliança com o PT visando a eleição da Ministra Rousseff à Presidência da República em 2010.
A sobremesa: um nome do PMDB para vice de Dilma.
Com esta tese, garantem os líderes governistas do PMDB - em resposta à dúvida do Presidente Lula sobre o êxito da empreitada na convenção nacional do partido - a proposta tem passagem certa.
Lula sabe que mesmo em sendo aprovada a aliança PMDB-PT, a possibilidade de o PMDB marchar unido à candidatura da Ministra Rousseff é um singularidade tão improvável quanto baixar um disco voador no próximo final de semana no gramado do Alvorada.
Aliada a esta singularidade, há a evidência circunstancial de que a ala não governista do partido já arregimenta as tropas e traça estratégias para bancar a dissidência rumo ao Palácio dos Bandeirantes, onde está encastelado o principal opositor da Senhora Rousseff, o Governador José Serra.
É de eventualidade clara que a ala governista do PMDB controla o partido formalmente, tendo a maioria dos delegados que votarão na Convenção Nacional: teatro de operações do embate final sobre a aliança a ser contratada em 2010.
É fato, ainda, que esta ala governista, com comando difuso em diversas regiões do Brasil, tem musculatura suficiente para montar os palanques da Senhora Rousseff e reforçar-lhe, substancialmente, a infantaria que precisará na sua trabalhosa incursão.
No entanto, em termos eleitorais, a falange peemedebista que ora sobe as ladeiras do Morumbi, com a intenção de aliar-se a Serra, não passa despercebida: comanda estados de grande densidade de votos.
Tropas do Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul, poderão se juntar ao contingenciamento de São Paulo, onde Orestes Quércia tem o comando partidário.
No Nordeste, há uma brigada serrista bem consolidada: trata-se da resistência de Pernambuco, onde Jarbas Vasconcelos comanda a cabeça de ponte que resiste à aliança com o PT.
Em se consolidando esta frente, ela marchará rumo à Minas Gerais, onde, embora Hélio Costa faça parte do Ministério de Lula, há espaço para convencê-lo a arriar a bandeira petista, caso se vislumbre o apoio de Aécio Neves ao PMDB na sua empreitada de conquistar o cobiçado Palácio da Liberdade.
Lula, portanto, não se sente confortável em entregar o lugar de vice-presidente na chapa que elabora, a um PMDB que sempre foi dividido.
Por outro lado, mesmo em dividido, cada lado do partido é maior que qualquer outra agremiação que se apresente ao rol de possibilidades da chapa governista.
Mesmo dividido, o PMDB tem reconhecido poder de arregimentação e capilaridade federativa: é o maior partido do Brasil.
Portanto, o jantar que Lula oferece aos governistas do PMDB, não deixa de ter o certo gosto aziago da angústia de querer sem a certeza de ter.
A cada dia Aécio Neves prova que tem mais chances de ser presidente do que Serra. Veja o que Serra, Ciro Gomes e Pimentel falaram sobre Aécio neste vídeo http://www.youtube.com/watch?v=08830QDgpHw
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