O Financial Times, editado na Inglaterra e um dos mais prestigiados diários de economia do mundo, publicou matéria em que o Brasil representa o futuro do petróleo latino-americano.
Aponta a reportagem, o promissor horizonte brasileiro, “em contraste com os problemas enfrentados pelos dois maiores e mais tradicionais produtores da região, Venezuela e México ".
Prossegue a matéria, afirmando, com um ufanismo que, se não fosse o Financial Times, eu poderia desconfiar que a matéria é paga, que "nos últimos dois anos, a Petrobras, a sofisticada empresa brasileira estatal de capital aberto, descobriu reservas tão promissoras em águas profundas na costa sudeste que os executivos estão comparando esta nova fronteira com o Mar do Norte, que salvou o mundo da crise energética criada pelo Oriente Médio nos anos 1970".
Ainda com aquela desconfiança pueril, que teima em se afastar, por se tratar de tão escorreita publicação, leio na reportagem, a opinião de que “o Brasil tem gerido bem sua indústria, permitindo que a Petrobras se transforme em uma das mais avançadas companhias internacionais de petróleo".
A seguir o Financial Times retorna à linha, advertindo que a Petrobras tem grandes desafios técnicos, políticos e financeiros para explorar as novas reservas de petróleo e sugere que os políticos apressem a nova legislação para regular o desenvolvimento dessas novas reservas.
Aconselha ao Brasil estar atento aos erros da Venezuela e do México, que, com políticas equivocadas, acabaram por fragilizar as suas respectivas industrias petrolíferas nacionais
O jornal é duro com o ditador da Venezuela Hugo Chaves (o ditator é termo meu), ao afirmar que, em seus dez anos no poder, Hugo Chávez "dizimou a PDVSA, a estatal venezuelana do petróleo, que nos anos 1990 aparecia como uma das mais bem gerenciadas do mundo".
Fundamenta a sua afirmação ao constatar que a produção venezuelana caiu de 3,4 milhões de barris em 1999, antes de Chávez chegar ao poder, a 2 milhões atualmente.
Da mesma forma, o Financial Times, reprova a política petrolífera mexicana, ao afirmar que "por mais de 50 anos, o México rivalizou com a Venezuela como o mais importante produtor de petróleo da América Latina. Mas o país também usou demais sua empresa estatal de petróleo como cofrinho para tirar dinheiro".
Já que temos uma indústria diversificada, deve haver cautela para que as descobertas do pré-sal não venham super dimensionar a inserção da indústria petrolífera nacional, a ponto de prejudicar a própria dinâmica cambial, como aconteceu em países como a Noruega, que corrigiu a tempo esta singularidade econômica lá ocorrida.
Não podemos chegar a desinteligência de ter tanto petróleo e ficar sem saber o que fazer com ele, ou usá-lo a desserviço dos outros setores da indústria nacional.
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