Barack Hussein Obama, 47 anos, foi eleito o homem mais poderoso do mundo: os EUA, destarte a crise econômica que enfrentam, são, de longe, a maior potência militar e econômica do planeta.
Obama é o 44º presidente dos EUA, o primeiro negro a ocupar a Casa Branca e a mais bem acabada obra da globalização racial que caracteriza os EUA: nascido em Honolulu, filho de um mulçumano negro do Quênia com uma norte-americana do Sul dos EUA, passou a infância com o padrasto na Indonésia, de onde partiu para o Havaí para morar com os avôs maternos.
Desde o assassinato de John Kennedy, o mundo nunca sofreu tal processo de mesmerização com um político norte-americano: a torcida pela vitória de Obama foi planetária e a comemoração dela foi multirracial.
Engana-se quem pensa que Obama foi eleito pelos negros norte-americanos: eles são apenas 17% da população. A maioria dos eleitores de Obama foram os brancos, que quiseram dar uma mensagem ao mundo.
Tal mensagem se traduziu em um trecho do discurso da vitória: “Se existe alguém que ainda duvide que os Estados Unidos sejam o lugar onde todas as coisas são possíveis, que ainda questione a força de nossa democracia, a resposta está aqui esta noite”.
Neste trecho estava uma perfeita tradução do conceito de autoridade moral, baseada na igualdade de oportunidades, escrita por Thomas Jefferson, John Adams e Benjamin Franklin quando, em 1776, lavraram a Constituição do EUA.
Engana-se, também, quem pensa que Obama surgiu do nada para ocupar a Casa Branca: arou, um a um, os méritos que o credenciaram para entrar lá.
Sua origem afro-americana não foi óbice para a sua formação: é graduado em Ciências Políticas pela Universidade Columbia, em New York, de onde saiu para cursar Direito na Universidade de Harvard, a primeira no ranking norte-americano, onde se graduou em 1991.
Seu desempenho em Harvard foi excepcional: tornou-se o primeiro afro-americano a presidir a renomada Harvard Law Review.
De Harvard partiu para Chicago, onde freqüentou uma das mais ricas firmas de advocacia da cidade e atuou como advogado voluntário na defesa de direitos civis, o que lhe credenciou ser eleito, em 1996, Senador do Estado de Illinois.
Claro fique que este mandato não era o de Senador dos EUA, que ele conquistou mais tarde: alguns estados nos EUA são bicamerais, ou seja, têm uma Assembléia Legislativa e um Senado.
Obama, também, até 2004, quando se elegeu Senador dos EUA, com 70% dos votos do Estado de Illinois, foi professor de Direito Constitucional na Escola de Direito da Universidade de Chicago, a segunda no ranking norte-americano.
Sua biografia, portanto, longe de afastá-lo do cargo ao qual concorria, aproximou-o dele.
Não se espera que Obama venha a arrefecer o ímpeto da globalização militar e econômica dos EUA: isto faz parte da índole estadunidense e da agenda de Washington desde o primeiro Presidente.
Todavia, espera-se que, do alto da legitimidade global que conquistou, desincumba-se bem da agenda que preparou para o seu mandato.
Esta agenda inclui uma política agressiva para tirar os EUA, e o mundo, da crise econômica atual, passa pela revisão de acordos militares e comercias com diversos países, e pousa em uma política menos agressiva e mais conseqüente com o Oriente Médio, que acaba sendo o foco de maior tensão da política externa, com profundas repercussões no cotidiano dos EUA.
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