O presidente da Rússia, Dmitri Medvedev, revelou ao mundo que em 2011 as Forças Armadas Russas começarão um processo de rearmamento em grande escala.
Rearmamento em grande escala significa fabricar o máximo possível de armas de todos os calibres e apontá-las para o potencial adversário.
No caso russo, o potencial adversário é o Ocidente, e mais precisamente os países que formam a Organização do Tratado do Atlântico Norte, cuja aproximação das fronteiras russas, incomoda o Kremlin: os governantes modernos não querem cometer o mesmo erro de Stalin e ver, não mais que de repente, exércitos ocidentais com as suas respectivas infantarias a bufar nos calcanhares dos urais.
Medvedev elegeu como prioridade de rearmamento o investimento no arsenal nuclear estratégico da Federação, justificando tal empreitada na constatação de que “a análise da situação político-militar no mundo mostra que, em uma série de regiões, há um grande potencial de conflitos”, completando ainda, que “as ameaças de crises locais e de terrorismo internacional se mantém”.
Eu já havia escrito aqui, que a Rússia deseja novamente se posicionar geopoliticamente com capacidade de influenciar decisões globais.
Infelizmente, o mundo ainda não aprendeu outra forma de relação entre países se não o relacionamento de interesses comerciais, com os tanques devidamente abastecidos para qualquer falta de respeito: respeito, nestas ocasiões, é absolutamente subjetivo.
Portanto, o que Medvedev anuncia, é a reedição da Guerra Fria. E note-se que tal anúncio se faz em plena crise econômica mundial: talvez seja este o rumo que a Rússia decidiu para aquecer a sua economia.
Como se não bastasse, o Kremlin, ato contínuo ao anúncio de rearmamento, resolveu testar a quantas vai a tolerância do Presidente Obama: à título de manobra, posicionou bombardeiros nucleares estratégicos em Cuba e na Venezuela.
Não são somente os russos que ensaiam a nova guerra fria: os chineses, para não ficarem por baixo, anunciaram a disposição de aumentar a sua tonelagem de porta-aviões.
Acho bom os líderes ocidentais começarem a ler, ou reler, Winston Churchill, principalmente a parte em que ele batia e rebatia que era imperioso impedir a corrida armamentista alemã pós 1ª Guerra: ninguém deu bola e deu no que deu.
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