A revista alemã GEO, especializada em geografia e natureza, publicou uma reportagem sobre Cuba apontando a ilha como “um país ecológico exemplar”.
A matéria, todavia, não deixa de observar que as reservas naturais e a rica biodiversidade mantidas intactas pelo governo cubano, se deve muito mais ao desenvolvimento limitado da ilha do que a uma preocupação ambiental.
A GEO divulga na edição que dedicou a Cuba, um estudo do World Wildlife Fund, cujo relatório aponta Cuba como o único país do mundo com uma economia sustentável.
Observo que o WWF pesou na mão ao assim relatar, isolando o significativo peso específico que a ineficiência econômica cubana tem na manutenção desta “sustentabilidade”, claramente apontado na reportagem da GEO.
O próprio jornalista responsável pela matéria da GEO, Patrick Symmes, opina que o balanço ecológico positivo de Cuba é “uma mistura de política verde visionária, uma grande incompetência econômica e um toque de brutalidade vermelha".
Independente dos contrastes cubanos, e da discussão de mérito entre a GEO e o WWF, é possível ser encontrado um meio termo como evidência de uma equação que, embora cada vez mais cheia de variáveis, torna-se mais necessária de solução.
O desenvolvimento sustentável é possível: não é falso o axioma de que riquezas podem ser geradas sem desequilibrar o meio ambiente e nem é factível não gerar aquelas riquezas com o intuito de preservá-lo.
O que precisa ser tangenciado é o excessivo lucro que passou a ser uma psicose para as empresas: elas pouco consideram a sustentabilidade como um elemento na composição dos custos, desprezando todos os seus componentes para oferecer um preço final competitivo aos seus produtos.
Com o aceno de início do fim das restrições impostas a Cuba, o Presidente Obama dá largada a uma corrida de investimentos ao mercado da ilha: são 12 milhões de habitantes que precisam de tudo, inclusive emprego.
A retomada dos investimentos, não obstante seja uma necessidade urgente, deve ser feita com o cuidado ambiental necessário para não desequilibrar o delicado ecossistema da maior ilha do Caribe.
Os EUA e seus aliados europeus, embora em crise, podem resgatar a dívida que têm com o povo cubano pelas décadas de embargo, mostrando à America Latina que é possível desenvolver sem devastar.
Cuba pode ser um laboratório de novas experiências econômicas, onde a geração de riquezas se prove plenamente compatível com sustentabilidade.
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